O Chefe de Estado angolano apresentou esta segunda-feira, em Seul, aos empresários sul-coreanos, Angola como uma das principais economias emergentes de África. Para que não restassem dúvidas, o general João Lourenço levou como testemunhas o Presidente do MPLA e o Titular do Poder Executivo.
O general João Lourenço, que falava na abertura do Fórum Empresarial Angola-Coreia do Sul, adiantou que o país é actualmente a quinta maior economia da África Subsariana, com uma população maioritariamente jovem. Faltou referir que é a primeira economia na parte do continente que se situa entre a República do Congo, a República Democrática do Congo, a Zâmbia e a Namíbia e o Oceano Atlântico.
O general Presidente explicou aos mais de 150 empresários presentes que Angola tem trilhado o seu percurso de desenvolvimento, assente em princípios democráticos (o mesmo partido no Poder há 49 anos, eleições fraudulentas e um regime que passou de partido único para único partido) de justiça (tribunais e forças de segurança sob a égide d um partido – o MPLA) e de equidade social (mais de 20 milhões de pobres, cinco milhões de crianças fora do sistema de ensino, por exemplo).
“Temos uma economia aberta e com enormes potencialidades económicas e a consolidar um conjunto de reformas com o propósito de melhorar o ambiente de negócios e incentivar o investimento privado”, assegurou o general João Lourenço, certamente a pensar no contributo decisivo que a corrupção dá para esse desenvolvimento do ambiente de negócios.
A lei do investimento privado actualmente vigente, disse o Presidente, confere a liberdade de movimentação de capitais, de formação de parcerias e de acesso a benefícios fiscais.
Segundo as projecções de 2023 do Fundo Monetário Internacional (FMI), Angola figura como uma das cinco principais economias a ter em conta, na África Subsariana, ao lado da Nigéria, da África do Sul, do Quénia e da Etiópia. Aliás, o FMI deveria levar em conta (como é seu… dever) que se excluir deste “ranking” os países referidos, Angola seria a principal economia.
O FMI entende, contudo, que Angola vai recuperar a sua posição como a terceira maior economia da região, graças ao regresso ao crescimento ligado ao aumento dos preços do petróleo.
Enquanto actual maior produtor de petróleo do continente, em substituição da Nigéria, Angola é também conhecida como “um produtor significativo” de diamantes em bruto. Então quando começar a exportar outras mais-valias macroeconómicas, como a corrupção ou a produção industrial de angolanos que estão quase a saber viver sem comer…
Espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola continue a crescer nos próximos anos, depois da previsão de 8,6% e cerca de 135 mil milhões de dólares, em 2023, um aumento significativo em relação aos anos anteriores. E de tal forma tudo isto é decisivo que, segundo as contas dos peritos do regime, é bem possível que o reino chegue ao paraíso (prometido por João Lourenço) quando o MPLA festejar o centenário de governação ininterrupta. Já só faltam 51 anos.
Por seu turno, a Etiópia deverá substituir o Quénia como a quarta maior economia da África Subsariana, devido ao abrandamento do conflito armado.
Outra razão avançada pelo FMI para a provável ascensão etíope é a continuação de “ambiciosos esforços” de reforma económica destinados a abrir “uma das economias africanas de mais rápido crescimento, mas mais fechada”.
O FMI previa para a Etiópia um PIB de 126,2 mil milhões de dólares, com uma expansão de 13,5% e um contínuo crescimento nos próximos anos.
Enquanto isso, a Nigéria manteve-se como a maior economia do continente no primeiro lugar do ranking económico da África Subsariana, com um PIB de 574 mil milhões de dólares, em 2023.
Também a África do Sul conservou a sua posição como a segunda maior economia da África Subsariana, com um PIB de 422 mil milhões de dólares americanos.
Enquanto João Lourenço vende banha da cobra na Coreia do Sul, as famílias angolanas mostram baixas expectativas sobre a sua condição socioeconómica e acreditam que a situação económica do país e o desemprego vão piorar em 2024, como mostra um inquérito oficial (Instituto Nacional de Estatística).
O grau de cepticismo (desespero seria o termo mais apropriado num país quem tem cerca de 35 milhões de habitantes, 20 milhões dos quais são pobres) dos angolanos sobre a sua condição socioeconómica e do país vem descrito no Inquérito de Conjuntura no Consumidor (ICC) referente ao terceiro trimestre de 2023, tornado público pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola.
O documento mostra que há quatro trimestres consecutivos (desde o último trimestre de 2022) que o indicador de Confiança dos Consumidores angolanos apresenta tendência negativa.
O INE refere que a tendência negativa deste indicador, neste período, resultou da baixa expectativa dos consumidores em relação aos próximos 12 meses (até Setembro de 2024). A baixa expectativa dos cidadãos resulta da sua percepção sobre a situação económica do país, a situação financeira das famílias e o nível de desemprego.
Segundo os entrevistados, observa a Folha de Informação Rápida (FIR) sobre o Inquérito de Conjuntura no Consumidor, nos últimos 12 meses o nível de desemprego e dos preços aumentou.
No entender os inquiridos, a situação económica de Angola e das famílias piorou, e segundo a FIR, perspectivam um aumento dos preços e dos bens e serviços nos próximos 12 meses.
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